quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

INICIAÇÃO A PARTIR DA ANTROPOLOGIA CULTURAL


Dando continuidade a sua reflexão sobre a Carta do Ministro Geral sobra a formação inicial, o Frei Mariosvaldo fez um resgate histórico dos Capítulos Gerais da Ordem, posteriores a  introdução do termo initiatio nas Constituições Capuchinhas e apresentou a busca da distinção entre os termos formação (dar forma) e initiatio, e a oscilação na compreensão dos dois termos durante este período. 

Os estudos apresentados tiveram como base os escritos dos frades: frei Ottaviano Schmucki OFMCap, frei Lazzaro Iriarte OFMCap, frei Teobaldo OFMCap e do IV Conselho Plenário da Ordem(CPO) e o Capitulo Geral de 1982. Frei Mariosvaldo ressaltou que por vezes o que aconteceu nestes documentos foi uma “dupla nomenclatura com uma justaposição de duas mentalidades diferentes”.

“Os frades foram unanimes na aprovação, mas não estavam conscientes da sua implicação com a respectiva mudança de paradigma”, ressaltou Frei Mariosvaldo, se referindo ao termo iniciação.   

A partir da discussão gerada pela exposição do tema, os frades virão a necessidade e a importância da elaboração de uma ratio formationis para a Ordem Capuchinha.

Iniciação base da antropologia cultural.

Para compreender o termo iniciação através da leitura da antropologia cultural o palestrante fez uso dos seguintes pensadores com as mais distintas compreensões do termo iniciacão:

Mircea Eliade, Conjunto de ritos e de ensinamentos orais, cuja finalidade é produzir uma radical modificação da condição religiosa e social da pessoa que deve ser iniciada.
Walter O. Kaelber – O termo iniciação implica um novo inicio, um novo começo, como indica o termo latino que lhe dá origem: Initium.
Bruce Lincoln – A função do rito de iniciação é aquela de criar um individuo adulto.
Bruno Tellia – Processo mediante o qual se transmite a um novo membro de um grupo social os valores, normas e atitudes.
Casiano Floristaán – A iniciação é uma aprendizagem de normas, valores símbolos e comportamentos.
Afonso Maria di Nola – Iniciação é uma palavra do vocabulário sagrado latino que indica a cerimônia pela qual se “entra”em um grupo determinado.

Em seguida o frei Mariosvaldo apresentou os três principais tipos  de compreensão do termo  iniciação:

Ritos de transição da infância o da adolescência a idade adulta;
Ritos de ingresso em uma sociedade secreta;
Ritos em conexão com uma vocação mística (xamã, bruxo pajé e sacerdote).

Foi também apresentado um vídeo com diversos rituais de iniciação de grupos indígenas de varias partes do mundo, onde pode ser visto deforma destacada que os rito de passagem estão todos ligados a duras provas.

No que diz respeito as tribos afirma o frei: “O segredo da origem se transmite na iniciação”. E em sua fala frei Mariosvaldo ainda destacou:
“Os ritos de iniciação estão disseminados em toda terra, não existe grupo humano que não se preocupe em fazer isso”.
“Não existem uma iniciação totalmente igual a outra em culturas diferentes.
“Não existe iniciação na antropologia cultural sem provas difíceis”.
“Não existe iniciação sem liturgia, sem rito, o ser humano precisa do rito”.
“Um grupo que não tem um conjunto coeso e coerente de verdades não se mantém. No nosso caso seria o carisma”.

Alem disso o frei também apresentou alguns elementos do rito de iniciação de alguns grupos humanos, tais como: na maçonaria, exercito, gangues, provação dos Jesuítas, provação capuchinha antes da reforma de 1968.

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