Dando continuidade a sua reflexão
sobre a Carta do Ministro Geral sobra a formação inicial, o Frei Mariosvaldo
fez um resgate histórico dos Capítulos Gerais da Ordem, posteriores a introdução do termo initiatio nas
Constituições Capuchinhas e apresentou a busca da distinção entre os termos formação
(dar forma) e initiatio, e a oscilação na compreensão dos dois termos durante
este período.
Os estudos apresentados tiveram
como base os escritos dos frades: frei Ottaviano Schmucki OFMCap, frei Lazzaro
Iriarte OFMCap, frei Teobaldo OFMCap e do IV Conselho Plenário da Ordem(CPO) e
o Capitulo Geral de 1982. Frei Mariosvaldo ressaltou que por vezes o que
aconteceu nestes documentos foi uma “dupla nomenclatura com uma justaposição de
duas mentalidades diferentes”.
“Os frades foram unanimes na
aprovação, mas não estavam conscientes da sua implicação com a respectiva
mudança de paradigma”, ressaltou Frei Mariosvaldo, se referindo ao termo
iniciação.
A partir da discussão gerada pela
exposição do tema, os frades virão a necessidade e a importância da elaboração
de uma ratio formationis para a Ordem Capuchinha.
Iniciação base da antropologia
cultural.
Mircea Eliade, Conjunto de ritos
e de ensinamentos orais, cuja finalidade é produzir uma radical modificação da
condição religiosa e social da pessoa que deve ser iniciada.
Walter O. Kaelber – O termo
iniciação implica um novo inicio, um novo começo, como indica o termo latino
que lhe dá origem: Initium.
Bruce Lincoln – A função do rito
de iniciação é aquela de criar um individuo adulto.
Bruno Tellia – Processo mediante
o qual se transmite a um novo membro de um grupo social os valores, normas e
atitudes.
Casiano Floristaán – A iniciação
é uma aprendizagem de normas, valores símbolos e comportamentos.
Afonso Maria di Nola – Iniciação
é uma palavra do vocabulário sagrado latino que indica a cerimônia pela qual se
“entra”em um grupo determinado.
Em seguida o frei Mariosvaldo
apresentou os três principais tipos de
compreensão do termo iniciação:
Ritos de transição da infância o
da adolescência a idade adulta;
Ritos de ingresso em uma
sociedade secreta;
Ritos em conexão com uma vocação
mística (xamã, bruxo pajé e sacerdote).
Foi também apresentado um vídeo
com diversos rituais de iniciação de grupos indígenas de varias partes do mundo,
onde pode ser visto deforma destacada que os rito de passagem estão todos
ligados a duras provas.
No que diz respeito as tribos
afirma o frei: “O segredo da origem se transmite na iniciação”. E em sua fala frei Mariosvaldo
ainda destacou:
“Os ritos de iniciação estão disseminados
em toda terra, não existe grupo humano que não se preocupe em fazer isso”.
“Não existem uma iniciação
totalmente igual a outra em culturas diferentes.
“Não existe iniciação na
antropologia cultural sem provas difíceis”.
“Não existe iniciação sem
liturgia, sem rito, o ser humano precisa do rito”.
“Um grupo que não tem um conjunto
coeso e coerente de verdades não se mantém. No nosso caso seria o carisma”.
Alem disso o frei também
apresentou alguns elementos do rito de iniciação de alguns grupos humanos, tais
como: na maçonaria, exercito, gangues, provação dos Jesuítas, provação
capuchinha antes da reforma de 1968.
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